quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

I can taste the fear...

Vou lhes contar algo sobre mim: as pessoas me vêm e pensam "Lá vai a rebelde, a revolucionária" e elas nem desconfiam de que, no fundo, eu sou uma fracote. Inconformada, sim, mas, ainda assim, uma fracote.
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Tenho muito a dizer sobre a lenda amazômbia... E ainda muito a contar sobre a invasão vermelha... Mas hoje, os Sacanas me fizeram chorar. Hoje eu fui um péssimo exemplo para a nação. E, por isso, prefiro não me pronunciar.
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Viva a Revolução! (mesmo com os olhos embaçados de lágrimas)

O mal da mata

O "Mal da Mata" começou a nos atormentar após atingirmos fama internacional, devido progresso e avanço de nossa gente. Muitos dizem tratar-se apenas de uma lenda, outros acreditam piamente que corremos sério perigo. Eu? Me contento em apenas relatar o que sei, para que vocês mesmos dividam a verdade da fantasia.

Não muito longe de nossa caverna subterrânea, existe um povo da "Mata Amazômbia". Nos dizem que é constituído de animais e pessoas selvagens, que arrasam qualquer ser vivo para conquistarem todas terras que aparecerem pela frente. Usam dos métodos mais terríveis para que o próprio povo ceda seus bens aos mais sutis, quando envolvem até políticos das nações interessadas.

O povo da mata tem muita força e há quem diga que ele já anunciou interesse por nosso sub-território.

Tenho horríveis pesadelos: em alguns deles estou sendo obrigado a partir de Borgondinávia, em outros vejo o povo Amazômbi retirando nossa simpática plaquinha azul escrita "Borgondinávia" da entrada de nossa caverna, partindo-a ao meio e rindo de nossa desgraça.

Devido essa "lenda", muitos Borgóndios foram seduzidos com a promessa dos Sacanas, de formarmos um povo unido e forte, que jamais cederia à invasão dos Amazômbis.

Por bem ou por mal

Sei que Zero Six tem motivos para protestar e eu mesmo não me sinto bem com muitos fatos que ocorreram em Borgondinávia (antes ou depois de recebermos os rubro-compatriotas). Contudo, devo ressaltar que o povo Borgóndio sempre procurou formar uma sociedade que respeitasse um ao outro.

Vivemos em uma comunidade de intensa diversidade, com seres de todas espécies interagindo de maneira razoavelmente satisfatória.

Borgondinávia nasceu para o sucesso, mas infelizmente outras nações querem se aproveitar de nosso progresso, sendo por bem ou por mal.

Os Sacanas eu ainda digo que foi por bem. Tínhamos a principal intenção de evitarmos o "mal da mata".

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

É tudo mentira!!

E eu vou contar como as coisas funcionam de verdade. Ou como funcionavam, sei lá. Só que, pra contar a história da Borgondinávia e todo mundo entender o motivo da minha versão ser a verdadeira e isenta de qualquer ilusão, eu preciso contar um pouco da minha história também.

Primeiro, eu não sou uma borgóndia. E não nasci o farrapo humano que eu sou hoje. Eu nasci no ano do galináceo, com todas as conjunções astrais apontando para o sucesso (incluindo a Lua em Touro e o satélite 486 em perfeito alinhamento com o Sol), no distante reino de Nictchy (pronuncia-se “niquíti”). Nasci May. Meus pais eram nobres: o Duque e a Duquesa de Mendoza. E, assim, eu nasci May de Mendoza.

Nictchy sempre valorizou a igualdade e, assim, ao contrário das burguesinhas dos países vizinhos, eu não fui domesticada para ser mãe e esposa. Eu fui educada. Eu conheci os grandes filósofos, os grandes escritores e artistas, os grandes pensadores, os grandes estrategistas. Para orgulho da família, me formei em Comunicação e Comérciol, com especialização em Relações Internacionais e Inter-reinos. E minha vida seria perfeita. Seria....

Há cerca de três anos, começou a invasão. Antes, eles sondavam, perguntavam, demonstravam curiosidade. Com o tempo, eles começaram a mostrar pra que vieram. Dor, destruição, morte. Neste momento, quem estiver lendo e ainda tiver família, deveria agradecer. Pois eu já não tenho. Não tenho ninguém. Minha família foi assassinada, minhas terras destruídas, minha pátria invadida. E eu consegui fugir da morte que me perseguia e encontrei refúgio na Borgondinávia.

Sobre a Borgondinávia: ela nunca foi a terra perfeita descrita abaixo. Sempre houve injustiça, sempre houve corrupção. O que existia de bom em Borgondinávia era apenas uma coisa: liberdade. Você se ferrava, mas podia reclamar, ao menos.

Borgondinávia me tratou pessimamente desde o início. Minha procedência, minha formação? Tudo sutilmente ignorado. Aqui eu me tornei só mais uma. Mais um número. 06. Ou, como logo fiquei conhecida, Zero Six. Mas eu preciso deixar bem claro qual era a minha situação quando cheguei aqui: eu não tinha nada, a não ser dor. E os borgóndios sempre foram tão acolhedores... Não demorou pra que eu aceitasse a pátria como minha, “vestisse a camisa” mesmo.

E eu passei quase 2 anos assim: rebaixada, humilhada, sem reconhecimento, sem remuneração adequada ao trabalho que eu desenvolvia, sem poder utilizar tudo que aprendi ao longo da vida. E foi aí que eu aprendi que nada é tão ruim que não possa ser piorado... Pois foi quando os Sacanas chegaram... Aos poucos, espreitando.... Até a dominação completa.

E eu adoraria contar mais sobre a dominação. E sobre o que ela causou nos borgóndios e em mim. Mas agora eu tenho que fingir que estou corrigindo dados para os Sacanas enquanto desvio armamento para o abrigo, através de uma conexão pirata.

E não acreditem em uma palavra do que os borgóndios dizem. Eles ainda não viveram uma dominação e não sabem o quanto estão se iludindo neste processo.


E viva a revolução!

Borgondinávia

Em não-sei-quando, perto de sabe-se-lá-onde existia Borgondinávia.

Os Borgóndios criaram sua sociedade de maneira moderna, com sistemas ainda pouco vistos e usados por toda humanidade ou desumanidade. Com intuito de tornarem-se únicos e pouco invejados, criaram seu principal lema: "Nem vem, que aqui não tem!".

O povo de Borgondinávia prosperou rapidamente e em apenas alguns anos, com sua economia incrivelmente sólida e madura, despertou interesse de algumas nações que a rodeavam.

O povo que mais sentiu-se ameaçado foi o dos Sacanas, pequenos capetinhas vermelhos gananciosos, que mais de uma vez tentou derrotar os Borgóndios sem sucesso.

Por meio de uma astuta idéia então, os Sacanas seguiram a máxima de que "se não pode com eles, junte-se à eles".

Após a impensável união desses povos é que se inicia nossa grande aventura, que mostrará o quanto pode uma sociedade desmoronar, iludida por promessas não cumpridas e como a assustadora rebelião pode de fato mover montanhas, ou em nosso caso, cavernas subterrâneas.